quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A História da Fitoterapia

Por Herman Renato Assumpção

As plantas medicinais têm sido um importante recurso terapêutico desde os primórdios até nossos dias, sendo talvez a ciência mais antiga da humanidade... e mesmo mais antiga que a própria humanidade, já que vários animais já se utilizavam de plantas antes de nós aparecermos no planeta.

No momento em que o primeiro ser humano surgiu no planeta, às plantas já existiam havia mais de 400 milhões de anos. Da forma como os conhecemos hoje, os primeiros vegetais apareceram durante a Era Paleozóica, no período Siluriano. Eles evoluíram a partir de espécies de algas primitivas. O homem moderno, o Homo sapiens, só ganhou forma e vida cerca de 50 mil anos atrás. A partir de então começou a fazer uso das plantas. Há registros antigos, como desenhos em cavernas, escritos e símbolos, que revelam uma ligação muito íntima do homem com a natureza, principalmente com as plantas. As plantas também sempre tiveram um papel muito importante na cultura, religião, medicina, estética e alimentação dos povos.

No passado representavam a principal arma terapêutica conhecida. Em todos os registros sobre médicos famosos da Antigüidade, tais como Hipócrates, Avicena e Paracelsus, as plantas medicinais ocupavam lugar de destaque em sua prática. Em relatos e documentos antigos, elas eram designadas como "dádivas dos criadores" e vistas com grande respeito e admiração por muitas civilizações.

O Brasil tem uma das mais ricas biodiversidades do planeta, com milhares de espéciesem sua flora e fauna. Possivelmente, a utilização das plantas – não só como alimento, mas também como fonte terapêutica – começou desde que os primeiros habitantes chegaram ao Brasil, há cerca de 12 mil anos, dando origem aos paleoíndios amazônicos, dos quais derivaram as principais tribos indígenas do país. Incrivelmente, mesmo com uma história tão antiga e vasta, ainda é pequeno o conhecimento que o ser humano possui do reino vegetal, principalmente no tocante as suas propriedades medicinais, estéticas e alimentares.

Nos dias de hoje, vinculados a essa ignorância crescente, vem-se difundindo bastante as práticas de automedicação através de plantas medicinais, com a ilusão de que não possuem efeitos colaterais, contra-indicações, ou qualquer outro perigo.

O uso das plantas medicinais deve ser realizado com muito cuidado e orientado por alguém capaz, pois devemos nos lembrar que muitas drogas psicotrópicas, assim como alguns dos maiores venenos existentes, são provenientes de plantas.

Sendo corretamente aplicadas, as terapias com plantas não possuem limites em seu leque de tratamento, tanto no âmbito físico, como no psicológico e emocional. Cada organismo é único devendo ser tratado dessa forma!!! Somente com a pesquisa séria e a aplicação consciente das plantas é que conseguiremos devolver às pessoas esse antigo e esquecido conhecimento, e através dele a harmonia plena com o Ser.

Herman Renato Assumpção, é professor de Biologia.
E-mail:
herman.assumpcao@itelefonica.com.br

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