sábado, 7 de abril de 2007

Divaldo Franco em Taubaté: uma noite abençoada

Por João Luiz Araujo

“Você está sabendo que Divaldo Franco estará em Taubaté dia 22 (março)?”, perguntou nossa querida amiga Ana Favali no dia em que nos encontramos no seu acolhedor consultório para mostrar-lhe o projeto de lançamento do Jornal Guia Holístico Equilíbrio.

Realmente não sabia. Mas, me lembrei daquele que tudo sabe, o “seo” Zezinho da Livraria Espírita, que me recebeu com a atenção de sempre e confirmou a vinda do ilustre divulgador da Doutrina.

No dia do evento convidei dona Marilda, minha futura sogra, para a palestra, ela aceitou sem saber o que a esperava. No fim da tarde nos dirigimos ao SESI para assistir a apresentação e entregar alguns jornais, coração apertado sem saber se poderíamos distribuí-lo. Não é um jornal espírita, é holístico, claro que sendo holístico é também espírita. Mas tudo se resolveu quando encontramos a Marina Ferry que nos recebeu com carinho e permitiu a entrega. A noite começava abençoada. A partir de então passamos a reconhecer os amigos presentes, quanta gente boa. Pude ver amigos de tantos anos, gente da época da Mocidade Espírita no União e Caridade, a Regina e companheiros da Escola de Aprendizes do Evangelho, o Eduardo do Maria de Nazaré e, claro, Marlene e João Abud, casal tão estimado e presente em nossas vidas.

O ginásio estava lotado, certamente mais de 1.000 pessoas. Marilena Abirached já havia dito que suas conferências no Rio de Janeiro são sempre assim, é preciso chegar cedo para garantir lugar.

Divaldo Franco estava ali sentado, sereno, as vezes esboçava um sorriso de canto de boca, estava compenetrado. Chamado ao seu lugar de honra, começou a palestrar num ritmo surpreendente. Não era rápido demais, nem muito devagar. Logo percebi que aquela era sua marca, tinha nascido para aquilo. Eu que tanto me fascino com a arte da oratória estava encantado. Uma boa apresentação tem suas regras, precisa despertar o interesse do público no início, uma voz com variação de ritmo e tom, seriedade e bom-humor, tudo isso eu presenciava sabendo que com treino é possível de se alcançar. Mas, o fundamental e mais difícil é o conhecimento do assunto, e isso ele tinha de sobra. Quanta cultura, quanta sabedoria. Diferente do que eu esperava, sua apresentação foi muito realista, a mensagem era espiritual, mas terrena. Falava de coisas concretas e de atitudes que precisamos tomar para mudar essa triste realidade de violência e doenças do corpo e da alma que a grande maioria de nós sofre. Melancolia e depressão foram citadas, distúrbio bipolar e tantos outros males. Fomos claramente chamados a refletir sobre nossas responsabilidades. Ficou para mim a mensagem de que a espiritualidade não está somente “do outro lado”. O dia-a-dia constrói o futuro, mas nosso futuro não parece promissor, por isso é preciso despertar. Foram muitas informações, dados científicos, históricos e filosóficos. Como seria bom se os irmãos de outras denominações religiosas se permitissem conhecer o movimento espírita, quanto preconceito que gera separação nesse mundo que mais do que nunca precisa de união para vencer tantas dificuldades.

Terminado o evento nos posicionamos na saída para distribuir o jornal. Quanta alegria sentimos ao entrega-lo para tantas pessoas especiais, quanto amor naquele lugar. Sem falar que os espíritas são famosos por sua cultura e gosto pela leitura. Sabemos que o jornal não poderia estar em melhores mãos.

E a sogra? Bem, de repente lá estava ela ajudando a entregar os jornais, mostrando que nem todas são iguais, nem tudo está perdido.

João Luiz Araujo, é palestrante e webmaster do Guia Equilíbrio.
E-mail: joaoluizaraujo@gmail.com

Terapeuta Holístico é aquele cara maluco?

Elizabeth Muniz

No furor da Contracultura – movimento mundial de contestação dos valores estabelecidos pela sociedade (religiosos, familiares, educacionais, sexuais, políticos, sociais e tudo que pudesse ser contestado!), ocorrido a partir dos anos 60 – foram surgindo de uma forma marcante as Terapias Alternativas, que desejavam contestar a Ciência Ortodoxa, portanto a rejeitavam, em favor de outros métodos de diagnóstico e tratamento. Nessa categoria estavam a acupuntura, o shiatsu, a cristalterapia, a hidroterapia, a homeopatia, a terapia floral, a massagem ayurvédica e assim por diante.

Com o passar dos anos, surgiu um outro termo para essas terapias, que na ocasião estavam se fundamentando, não mais em parâmetros puramente filosóficos ou “espiritualistas”, mas na Física Quântica, que reformulou toda a Física Clássica. A idéia principal era que o Universo não era uma máquina – algo mecânico, mas um organismo vivo, com interligações muito mais complexas e perfeitas entre seus componentes do que a máquina. Esse novo termo era terapia holística.

Holismo, no Aurélio, é a “Teoria segundo a qual o homem é um todo indivisível, e que não pode ser explicado pelos seus distintos componentes (físico, psicológico ou psíquico), considerados separadamente”. Ainda, segundo a Filosofia, uma “Tendência, que se supõe seja própria do Universo, a sintetizar unidades em totalidades organizadas”.

Tudo isto quer dizer, afinal, que somos um organismo vivo: não podemos explicar nossas doenças ou problemas de maneira “localizada” – quando o fígado está intoxicado, por exemplo, adoece o estômago, o intestino, o cérebro e o humor da pessoa. Não podemos apenas tratar o mau humor da pessoa, ou o estômago, ou a confusão mental, sem conhecer a causa, que neste caso seria excesso de produtos químicos da indústria alimentícia e de agrotóxicos sobrecarregando o fígado. Temos de tratar o todo, porque nossa visão da doença e da saúde tem de ser dentro de um todo físico-psíquico-espiritual. Isto é Holismo: não isolar uma parte e tratá-la como se não estivesse inter-relacionada com diversas outras.

Da mesma maneira, não existe um problema puramente espiritual, nem puramente psíquico. existe uma fabulosa e belíssima interligação dos fatos orgânicos, emocionais e mentais no ser humano, de modo que um pensar holístico exige muito mais do que alguns cursos na área de Terapias Alternativas. Exige uma compreensão holística do Universo e do ser humano, o que implica uma formação filosófica.

Portanto, caro leitor, terapeuta holístico é o maior título que se pode ter, atualmente, na área da saúde como um todo, porque envolve grande conhecimento, grande discernimento, grande capacidade de percepção e síntese, além de grande responsabilidade e senso ético – sendo que cada um destes temas daria um novo artigo.

Entretanto vivemos no mundo. No mundão, para sermos mais exatos. No mundão significa: onde ocorrem as distorções das idéias originais, onde ocorrem os julgamentos apressados ou fundados em idéias parciais, onde nem sempre existe senso ético e onde o mundo das aparências, da propaganda e das palavras impera, sem que se exijam provas de sua veracidade e autenticidade.

Assim, há terapeutas holísticos e terapeutas holísticos, do mesmo modo como há médicos e médicos, advogados e advogados, professores e professores. Ou seja, se há os advogados de porta de xadrez, se há os médicos carniceiros, se há os professores puramente técnicos, sem nenhuma cultura ou formação filosófica, por que não haveria por aí os que se autodenominam terapeutas holísticos, não tendo, entretanto, nem parcela razoável de cultura, ética, informação científica (porque hoje em dia o terapeuta holístico jamais ignora a importância da Ciência e estuda muito mesmo!)? Pior, às vezes, confundindo sua doença emocional ou sua maluquice com as “filosofias alternativas”, causando sérios danos à sociedade!?! Por que não haveria isto, se isto ocorre em todas as profissões humanas?

Cuidado, caro leitor, com as aparências, com os títulos, com as notícias de jornal, com as conversas amalucadas dos pseudo-terapeutas holísticos, tipo “estou vendo a sua aura e você é um ser especial, da constelação de (tal)!”. Cuidado, porque velas, incenso, fala mansa, imagens de fadas não dão a ninguém a garantia de que uma pessoa seja um terapeuta holístico! Pior, esses sujeitos podem desviar uma pessoa de seu caminho saudável, produtivo e evolutivo, já que quem recebe seus cuidados nem sempre dispõe de informações suficientes para distinguir um profissional de outro.
Terapeuta Holístico é coisa muito séria e muito bela, responsável por boa parte da evolução que se está processando na Terra.

Honre-se a verdade!

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Elizabeth Muniz, é Terapeuta Cármica, Vibracional e Astróloga.
E-mail:
mestrakwanyin@hotmail.com